terça-feira, 14 de julho de 2009

VÃO

Pelo vão encoberto de sua aura
é possível perceber
o que se passa por fora do campo
imagético de sua visão.

Sentimentos loucos, devaneios muitos,
arestas cortadas que se querem inteiras.

Deixe entrar o que lhe basta.
O que espoca em seu coração.
O que causa furor na alma
e arrepios na auréola.

O que lhe escapa não lhe serve.
Deixe-se ir.

Pelo sim,
pelo não,
existem os que ficam,
e os que se vão.

...

esse blog não é um diário virtual, as poesias que posto aqui, nem sempre têm a ver com o meu estado de espírito. aliás, na maioria das vezes, não têm.
mas essa aqui estava martelando na minha cabeça desde ontem, então vale a repetição (ela já foi publicada há um tempo atrás).

sexta-feira, 3 de julho de 2009

LUGAR QUALQUER

Na
veia
ainda
pulsa
como antes
adormecido outrora apenas

No
seio
ainda
pesam
disparates
envaidecidos embora menos


No
leito
ainda
futuro espera

aonde
aqui
ali
tanto faz

Você já veio.
Agora eu vou.

ENTÃO

então estamos entregues
entoando inebriados enigmas
enaltecedores embriagados
em entrelugares entediantes

então encurtamos espaços
endiabrando enlaces embolorados
encolhe-dores esfuziantes
em encobertas entrelinhas

então encaixamos enxadas
esperando encontrar entrudo
entanto entrecortamos entulho
entusiásticos entrantes em tantos

então enveredamos em entrevero
embaralhados esbregues
enunciando entalhes entocados
entremetidos em engodo

então engrandecemos enxurro
enganando engenharias engorduradas
entardece enquanto entrevemos
entrepostos enlameados esbarram

em tão prontos estamos
para sermos tanto em tudo