segunda-feira, 29 de setembro de 2008

TUDO VAI FICAR MAIS VERDE






No dia 23 de setembro, foi plantada a 'árvore fundamental' do Canal Verde. Já falei sobre ele aqui antes e vocês sabem o quanto esse projeto é importante pra mim. Não só para mim, também para o planeta e para a preservação da vida e do verde.
O bom é que agora esse canal está no ar, à disposição de todo mundo: www.canalverde.tv.br.
E o legal é ver o envolvimento de pessoas tão bacanas e queridas, pessoas que acreditam em um ideal e sabem que a construção de um mundo melhor depende de cada um de nós.
No site vocês poderão conferir alguns roteiros meus, como o programa 'Priscila no país das Maravilhas', apresentado por Priscila Fantin, que,aliás, é uma pessoa especial e super profissional. Acessem!

OPOSIÇÃO

Onde eu me perco é que me acho
Onde eu me acabo é que começo
Onde tropeço é que eu não caio
De onde eu saio não entro
Quando erro é que eu acerto
O que está longe eu faço perto
Quando me prendem, faço-me vento
Eu faço muito em pouco tempo
O que não suporto eu agüento

Enquanto estou triste, contento


CONTINUAÇÃO

Tudo o que gosto, deixo livre
O que eu rego, sobrevive
Sobre a vida, ando solta
O que desejo, vem de volta
À minha volta, planto cores
Se colho dores, coloro pausas

(continuar é preciso)

Enquanto estou triste, contento
Contudo, meu riso é mudo
Mudo de humor como de roupa
E deixo livre tudo o que gosto


(...) ... (...) ... (...)

Há tempos venho querendo postar coisas novas aqui, mas tenho andado muito sem tempo ultimamente, envolvida em trabalhos e coisas afins...
Mas como tenho um monte de poesias em meus arquivos, vou postando-as uma por uma aqui, aos poucos. Afinal, o que é velho para mim é novo para muitos de vocês. Na verdade essas duas nem são tão antigas assim, fiz no ano passado.

E elas vão especialmente para a Bel ;-)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

SITUAÇÃO densa e intensa
propensa a virar
poema

SITUAÇÃO típica e crítica
propícia a virar
cinema

SITUAÇÃO difícil e imposta
disposta a virar
dilema

sábado, 13 de setembro de 2008

DESCREVENDO-ME

Passo a vida a limpo.
Com o lápis na mão,
me defino numa folha nova de papel branco.
Palavras foram feitas para serem lidas,
ou ditas.
Minhas palavras são desabafos,
terapeutas incondicionais,
alimento.
Vou escrevendo e me descrevendo,
e me desfazendo do medo e das máscaras.
Crio minha imagem e recrio minha vida.
Interpreto minha peça,
sem nexo.
Analiso personagens,
desconectos.
Fantasio emoções,
e o sexo.

Crio um amor,
complexo.
Descrevo o amante,
completo.
Sinto seu toque,
por perto.


Se o mundo é noite escura,
pinto-o de cor-de-rosa,
e vivo meu conto de fadas,
escrito em forma de prosa.


(...) ... (...) ... (...)

essa é antiga, talvez mais de dez anos. outro dia uma amiga estava perguntando se eu escrevia para desabafar. acho que algumas vezes sim, mas talvez isso poderia ser mais notado no início, como nessa poesia. agora nem tanto. de certa forma tento estar mais ligada ao verso, à palavra, à metalinguagem. venho tentando descontruir a mim mesma.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

MUSICAL



A música vive dentro de mim.
Meu coração pulsa ritmado.
Meus passos seguem um compasso.
Meu rádio relógio cerebral me acorda
todo dia da mesma forma melódica assim.

Minha voz não alcança notas altas e desafina
desafiando minha íntima vocação de diva cantora.
Não choro por isso.
Por mim cantam meus escolhidos.
Só faço coro.

Libélulas flamejantes batem
asas em minhas células internas e externas
que voam num ritmo alucinantemente exótico.
Só meu.

Quem quiser que me acompanhe.
Ou me arranhe.

sábado, 6 de setembro de 2008

Mãe coruja


Ele não joga lixo no chão.
Ele fecha a torneira ao escovar os dentes.
Ele é carinhoso.
Ele levanta da cadeira para eu poder sentar, se não tiver outro lugar disponível.
Ele gosta de dar presentes e de mandar flores.
Ele está cada dia mais lindo.
Ele me beija quando estou triste.

Os filhos são o que nos redime no mundo.

É pelo João que eu acordo todos os dias e me inspiro e me alegro e me animo.

Pra ele escrevi O menino revirado.
Pra ele escreverei muito mais e lutarei todos os dias. Sempre.

Cada dia que passa eu me orgulho mais dele. Por estar se tornando o menino maravilhoso que é. O meu menino revirado.

No dia 31 foi aniversário dele. 31 de agosto.
No mês em que algumas pessoas apontam desgostos e azar, eu só tive motivos para comemorar.
Dia 02 nasceu meu pai, dia 10 minha mãe. No dia 28 tia Lau. No dia 31 o João.
Pais, amigos queridos, filho.
De onde eu vim e para onde eu vou. Tudo junto no mês de agosto.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ADIÇÃO

Eu sou tão você é tao.
Sou cão, você pardal.
Sou algodão, você temporal.
Sou tesão, você sentimental.

Prefiro a paixão, você é casal.
Sou intensa, você transcendental.
Sou pimenta, você sem sal.
Sou da paz, você irracional.

Me visto de pavão, você usa o habitual.
Gosto de cores, você tom sobre tom.
Espero flores, você acha banal.
Combino coisas, você é anormal.

Finco os pés no chão, você vive no céu.
Sou razão, você emocional.
Sou do bem, você não me faz mal.
Sou sem sentido, você sensacional.

Dou testada e sou aprovada, você é experimental.
Prefiro a cidade, você arraial.
Vivo no caos, você é pontual.
Você é um só, eu sou plural.

Eu sou tao você é tão.
Se a gente inverte a posição de quando em vez,
a ordem dos fatores nunca altera o resultado do produto.
O total é sempre dez.

(...) ... (...) ... (...)

às vezes as somas não soam assim tão redondas , então é preciso cortar as arestas.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

OPÇÃO


( ) De repente a fagulha se acende
quando você está no meio da ponte.
A opção é voltar para trás.
Atravessar um rio de águas turvas
não se faz em um único instante.
E a qualquer hora a bomba
inclusa em seu coração se explode.

( ) De repente a fagulha se acende
quando você está no meio da ponte.
A opção é se jogar na corrente.
Atravessar um rio de águas caudalosas,
ainda que claras, não é coisa assim tão distante.
Cuidado: a vida é pura dinamite.

( ) De repente a fagulha se acende
quando você está no meio da ponte.
A opção é seguir adiante.
Atravesse o rio em disparate.
A correnteza pode te levar,
se a dinamite se explode.